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Mercado de capitais: o que é e por que é importante para empresas, investidores e o desenvolvimento do País

Há mais de três anos, o Brasil não sabe o que é um IPO.

Mas, afinal, o que significa essa sigla e qual é a sua relação com o mercado de capitais?

As três letras significam Initial Public Offering ou em português, Oferta Inicial de Ações.

Portanto, um IPO acontece quando uma empresa, que antes tinha capital fechado, ou seja, pertencia a uma única pessoa ou a um pequeno grupo, abre seu capital e vende ações (que representam uma parcela do capital da companhia) para milhares de investidores dispostos a serem sócios do negócio.

Portanto, como já deve ter dado para perceber, uma empresa precisa ser atrativa aos olhos dos participantes do mercado para realizar um IPO bem-sucedido.

Os recursos captados no IPO podem ser utilizados tanto para um aumento da capacidade de produção da companhia quanto para reduzir o endividamento dela.

E, por falar em mercado, o que é mercado de capitais?

O mercado de capitais é um segmento do mercado financeiro que reúne entidades (Bolsas de Valores, corretoras, bancos), agentes econômicos (empresas, investidores) e regulador (CVM), onde são feitas a distribuição e a negociação de valores mobiliários. Ou seja, é um ecossistema no qual as empresas captam recursos através da venda de suas ações e/ou da emissão de títulos de dívida.

As Bolsas de Valores são participantes fundamentais deste sistema, sem as quais as empresas não teriam um local para sua listagem e negociação diária das suas ações.

No caso do Brasil, a Bolsa na qual as companhias negociam os papéis é a B3, que tem esse número no nome porque é resultado da fusão entre as antigas Bovespa, BM&F e Cetip.

Na B3 também são negociados contratos futuros e derivativos de juros, câmbio e commodities. Através da Cetip, a B3 também atua como depositária central de títulos privados (Debêntures, LCI, LCA) e é responsável por registrar e liquidar operações financeiras com esses títulos.

Se não há mercado de capitais sem Bolsa, investidores, empresas e instituições financeiras – que estruturam as transações e buscam os investidores para as ações ou os instrumentos de dívida –, também não existe sem regulador. Seria uma terra sem lei. No Brasil, esse papel cabe à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula e fiscaliza o mercado.

Empresas cujas ações já são negociadas podem realizar novas ofertas, colocando mais ações no mercado com o intuito de arrecadar mais recursos para fazer investimentos (aumentar capacidade produtiva) ou reduzir a sua alavancagem (pagar dívidas).

Nesse caso, as ofertas de ações são conhecidas como subsequentes ou follow-ons.

Embora abrir o capital e vender ações não seja um processo simples e barato, existem diversas vantagens para as companhias que tomam esse caminho.

Uma delas é que estas empresas tendem a captar recursos a um custo menor do que as de capital fechado. Isto porque podem captar recursos emitindo instrumentos de dívida que são vendidos diretamente aos investidores (pessoas físicas, fundos de investimento, fundos de pensão etc.), ao contrário das empresas de capital fechado, que geralmente só acessam empréstimos bancários tradicionais. Um menor custo de captação aumenta o retorno do investimento feito em uma fábrica, um centro de distribuição etc.

A contrapartida é a divulgação de informações. Empresas com ações na Bolsa têm a obrigação de divulgar balanços trimestrais e comunicados aos investidores sempre que algo relevante acontece.

Ou seja, têm, necessariamente, de refinar sua governança corporativa permanentemente.

Isso significa que uma empresa com ações deve buscar a transparência. Afinal, a equidade de informações entre acionistas controladores, acionistas minoritários e credores é um dos princípios do próprio mercado de capitais.

Por essas características, uma empresa de capital aberto é conhecida como uma companhia pública.

O mercado de capitais, portanto, contribui com o desenvolvimento das empresas, que conseguem se financiar com diferentes instrumentos de crédito, em vez de apenas contarem com empréstimos bancários. E também colabora com o desenvolvimento do país, pois companhias abertas tendem a ser mais robustas, devido ao maior nível de controle, permitindo o fortalecimento da economia.

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