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O desafio de reestruturar dívidas de empresas em meio à tempestade perfeita

A vida das empresas brasileiras não tem sido fácil. Nos últimos anos, elas tiveram de enfrentar uma tempestade perfeita – com desaquecimento econômico e pandemia -, que trouxe à tona uma combinação com efeitos nocivos para o caixa: redução de vendas e receita, por um lado, e aumento de despesas com juros altos, de outro.

Por isso, muitas dessas companhias estão buscando reestruturar suas dívidas. O ambiente para levar o plano de reestruturação financeira à frente é desafiador, mas precisa ser enfrentado.

Alguns segmentos, que estão entre os que foram mais castigados por esse período de turbulências, têm demandado esse tipo de trabalho. É o caso, por exemplo, de empresas que atuam no setor de alimentos e, de forma geral, estão com muita dificuldade de lidar com suas obrigações financeiras. Isso porque, entre outros motivos, não conseguem repassar integralmente a seus clientes – que são grandes redes varejistas e atacadistas -, a alta dos preços de commodities, como soja, milho e trigo, cujas cotações aumentaram muito nos últimos 18 meses.

O setor de infraestrutura, que trabalha com altos volumes de investimento, alavancagem e horizontes de longo prazo, também foi bastante afetado. Muitas empresas do segmento haviam montado projetos considerando taxas de juros bem mais baixas que as atuais, e agora estão buscando formas de equacionar seu endividamento.

Quando tomar a decisão?

O momento certo para decidir que é preciso reestruturar as dívidas é quando o empresário percebe que não consegue mais pagá-las nas condições em que as contratou anteriormente, mas tem caixa para fazer frente às despesas operacionais do negócio. Ou seja, é possível arcar com salários e aluguéis para manter a operação, mas já não há como quitar o valor principal de dívidas financeiras e muito menos os juros delas.

Construindo a jornada

Tomada a decisão de que se é uma empresa em busca de reestruturação, quais são os caminhos possíveis? Atualmente, para aquelas que têm acesso ao mercado de capitais ou a linhas de crédito bancário, a solução mais adequada tem sido a negociação e rolagem dos pagamentos.

Os instrumentos financeiros mais utilizados para viabilizar operações desse tipo no momento são as Notas Promissórias. O desafio, nesse caso, é que esses papéis têm juros elevados e são de curto prazo, pois o atual cenário fez com que as taxas de longo prazo atingissem patamares proibitivos.

O cenário é mais complicado para empresas que enfrentam problemas estruturais e não conseguem honrar com o repagamento de créditos ajustados com credores financeiros, que em geral são bancos de pequeno ou médio portes com níveis de provisão elevados para créditos problemáticos.

Numa situação dessas, as possibilidades passam a estar, quase sempre, no âmbito judicial, como a busca por medidas cautelares e recuperação judicial e extrajudicial.

A escolha do parceiro

Tão importante quanto decidir que a empresa vai entrar num processo de reestruturação de dívidas é escolher o parceiro ideal para levar o processo à frente. A empresa contratada precisa ser capaz, por exemplo, de estabelecer um diagnóstico claro sobre o potencial de geração de caixa do cliente, tanto do ponto de vista operacional quanto da possível venda de ativos.

Estudar os diferentes perfis dos credores financeiros, que podem ser grandes bancos, pequenas instituições financeiras ou mesmo fundos, nacionais ou estrangeiros, é outra habilidade necessária para obter sucesso nas negociações.

Nós, da Virtus BR, podemos assessorar processos de reestruturação de dívidas de empresas tanto pelo lado de credores como de devedores. E temos longa experiência em casos relevantes e complexos, representando, por exemplo, credores da Constellation e da Oi.

Ter a coragem necessária para encarar um processo de reestruturação de dívidas, que em geral pode durar de seis meses a até um ano e meio, pode significar o ponto de saída da tempestade perfeita – e dos estragos que ela provocou -, e o surgimento de um novo momento para a empresa. Com céu menos carregado, alguma luz à vista e oportunidades surgindo no horizonte.

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